#04 - Somos Ensinadas a Aceitar
E acabamos acreditando que não temos valor. Porque nunca foi tratada com o mesmo. Achamos que não merecemos coisas melhores, estamos enganadas.
Ela ficou. Mesmo depois da traição. Mesmo depois do silêncio. Mesmo depois da dor.
Porque achava que não merecia mais do que isso.
Ela ficou.
Mesmo depois da traição.
Mesmo depois da gritaria.
Mesmo depois de ser ignorada, esquecida, silenciada.
Ela ficou...
porque achava que não merecia mais do que isso.
Desde cedo, foi aprendendo a se contentar com pouco.
A se calar quando doía.
A suportar quando era desrespeitada.
A acreditar que amor era só isso mesmo:
pedir atenção e receber migalhas.
Ela viu mulheres da família suportando o insuportável.
Viu silêncios sendo varridos pra debaixo do tapete.
Viu sorrisos forçados em aniversários,
e olhos vazios nos dias comuns.
Então cresceu achando que
isso era normal.
Isso era amor.
Isso era vida.
E começou a se moldar pra caber.
A se calar pra não incomodar.
A aceitar desculpas ao invés de respeito.
A se anular pra ser escolhida.
Mas deixa eu te dizer:
isso não é amor.
É ausência.
É solidão disfarçada de companhia.
É trauma repetido com outro nome.
Uma mulher que nunca soube o que é ser respeitada, valorizada e tratada com dignidade, continuam em situações abusivas porque acham que não merecem coisas melhores ou porque nunca conheceram algo diferente disso. E isso me enche de tristeza, porque perdemos nossa essência no processo.
1. Você Nunca foi Amada como Merecia.
Você não foi feita pra ser esquecida.
Você não nasceu pra ser meio amor.
Nem metade de si.
Você foi criada pra florescer.
Pra ser vista com intenção.
Pra ser tratada com respeito — sem precisar implorar por ele.
Porque o Deus que te fez,
não te desenhou pra ser cansaço de ninguém.
Mas pra ser descanso.
Amada com presença.
Escolhida com verdade.
Tratada como filha, não como sobra.
Você não é difícil de amar.
Só nunca foi amada do jeito certo.
2. Nunca foi você.
E sabe o que mais dói?
Não é nem culpa delas.
Elas só repetem o que aprenderam.
Como amar a si mesma se ninguém nunca ensinou?
Como exigir respeito se desde cedo ouviram que “era assim mesmo”?
Como esperar carinho quando só conheceram dureza?
Muitas delas foram criadas por mães que também sofreram.
Que também engoliram o choro.
Que também se calaram por medo, por falta de opção, por não saberem outro caminho.
Então, elas seguem... achando que amar é isso:
aguentar.
esperar.
se anular.
Mas não é.
Você pode ser a primeira da sua geração a dizer: chega.
Você pode ser aquela que vai aprender — mesmo com medo.
Que vai olhar no espelho com olhos novos.
Que vai dizer pra si mesma:
“Eu mereço ser amada com gentileza.”
“Não se nasce acreditando que valemos pouco, só acreditamos porque fomos obrigadas a acreditar”